DOENÇAS AUTO-IMUNE

14/05/2011 18:10

 

OUTUBRO 26, 2008

DOENÇA AUTO-IMUNE

As doenças auto-imunes tem aparecido com uma certa frequência naquelas listas de "causas de doenças" que eu costumo escrever. É um tipo de doença comum, mas pouco conhecida da população em geral.

O que é uma doença auto-imune?

Nós possuímos um complexo sistema contra invasões externas. É o chamado sistema imune.

O processo evolutivo criou um mecanismo de defesa que é capaz de reconhecer praticamente qualquer tipo de invasão ou agressão. A complexidade do sistema está exatamente em conseguir distinguir entre o que é danoso ao organismo, o que faz parte do nosso próprio corpo como células, tecidos e órgãos, e o que não é nosso, mas não causa danos, como alimentos por exemplo.

Existe algo como uma "biblioteca de anticorpos" armazenada no nosso organismo. O corpo é capaz de lembrar de todos as substâncias, organismos ou proteínas estranhas que já entraram em contato conosco desde o nascimento. A estes dá-se o nome de antígenos. A partir de agora sempre que eu falar de antígeno, estarei me referindo a qualquer partícula capaz de desencadear uma resposta imune.

Durante nossa formação enquanto feto, nosso organismo começa a criar o sistema imune. O primeiro trabalho é reconhecer tudo o que é próprio, para mais tarde poder reconhecer o que é estranho. O útero materno é um ambiente estéril, ou seja, livre de agentes infecciosos. Assim que nascemos somos imediatamente expostos a um "mundo hostil" com uma enormidade de antígenos. Desde o parto, o corpo começa a reconhecer, catalogar e atacar tudo que não é original de fábrica.

Esse contato com antígenos nos primeiros anos de vida é importante para a formação desta "biblioteca de anticorpos". O corpo consegue montar uma resposta imune muito mais rápida se já houver dados sobre o invasor. Se o antígeno for completamente novo, é necessário algum tempo até que o organismo descubra quais os anticorpos são mais indicados para combater aquele tipo de partícula.

A Doença auto-imune ocorre quando o sistema de defesa perde a capacidade de reconhecer o que é "original de fábrica", levando a produção de anticorpos contra células, tecidos ou órgãos do próprio corpo.

Exemplo: No diabetes tipo I ocorre uma produção inapropriada de anticorpos contra as células do pâncreas que produzem insulina, levando a sua destruição e ao aparecimento do diabetes.

Existem inúmeras doenças auto-imunes, algumas delas já abordadas em outros textos:

- Diabetes tipo 1 (leia: DIABETES MELLITUS | Diagnóstico e sintomas)
- Lúpus (leia: LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO | Sintomas, diagnóstico e tratamento)
- Artrite reumatóide (leia: ARTRITE REUMATÓIDE)
- Doença de Crohn (leia: DOENÇA DE CROHN | RETOCOLITE ULCERATIVA | Sintomas e tratamento)
- Esclerose múltipla (leia: SINTOMAS DA ESCLEROSE MÚLTIPLA)
- Vitiligo (leia: VITILIGO | Causas e tratamento)
- Tireoidite de Hashimoto (leia: HIPOTIREOIDISMO (TIREOIDITE DE HASHIMOTO))
- Doença de Graves (leia: HIPERTIREOIDISMO E DOENÇA DE GRAVES)
- Esclerodermia
- Psoríase (leia:PSORÍASE | Tipos e sintomas)
- Doença celíaca
- Hepatite auto-imune (leia:HEPATITE | Tipos, causas e sintomas)
- Síndrome de Guillain-Barré (leia: O QUE É A SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ ? )
- Anemia hemolítica
- Granulomatose de Wegener (leia: GRANULOMATOSE DE WEGENER)

O tratamento das doenças auto-imunes consiste na inibição do sistema imune através de drogas imunossupressoras como corticóides (leia: INDICAÇÕES E EFEITOS DA PREDNISONA E CORTICÓIDES), ciclofosfamida, azatioprina e outros.

Como ainda não conseguimos realizar uma imunossupressão seletiva aos anticorpos indesejáveis, acabamos por criar um estado de imunossupressão geral que predispõe esses pacientes a infecções por bactérias, vírus e fungos. É a famosa história do cobertor curto.

O diagnóstico das patologias auto-imunes é feita baseada no quadro clínico e na pesquisa dos auto-anticorpos no sangue. O principal exame é a dosagem do FAN (fator antinuclear).

 


Leia mais: https://www.mdsaude.com/search/label/auto-imune#ixzz1MMrdDvnH

ABRIL 22, 2011

VITILIGO | Causas e tratamento

vitiligo é uma doença que acomete cerca de 1% da população mundial e causa progressiva despigmentação da pele, atingindo todas as etnias, sendo, entretanto, clinicamente mais evidente quando ocorre em pessoas de pele mais escura. Neste texto vamos abordar as causas e as atuais opções de tratamento para o vitiligo.

 

MARÇO 25, 2011

PSORÍASE | Tipos e sintomas

psoríase é uma doença dermatológica crônica, caracterizada por inflamação e hiperproliferação das células da camada mais superficial da pele. Neste texto vamos explicar o que é a psoríase e quais seus tipos e sintomas. 

O que é a psoríase?

A psoríase é uma doença de pele NÃO contagiosa, que surge devido a uma rápida reprodução e proliferação das células da pele, causando espessamento, inflamação e descamação. A psoríase pode causar lesões discretas ou ser uma doença grave com lesões extensas e comprometimento das articulações.

 

MARÇO 06, 2011

LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO | Sintomas e tratamento

Entenda o que é o Lúpus e saiba quais órgãos são mais acometidos.

Para uma melhor compreensão do texto, sugiro antes a leitura do texto sobre doença auto-imune.

lúpus talvez seja a mais característica das doenças auto-imunes. É uma doença riquíssima em achados clínicos e ainda pouco compreendida.

 

OUTUBRO 09, 2010

SÍNDROME DA FADIGA CRÔNICA

síndrome da fadiga crônica é uma doença controversa e de difícil explicação, sendo muito frustrante de se lidar, não só para os pacientes como também para os médicos, pois ainda não se conseguiu estabelecer definitivamente suas causas, o diagnóstico é difícil de ser feito e o tratamento atual é pouco efetivo. Apesar de não diminuir a expectativa de vida do paciente acometido, a síndrome da fadiga crônica pode ser considerada uma doença grave devido a grande queda na qualidade de vida que a mesma pode causar.

É importante saber que existem diferenças entre possuir a síndrome da fadiga crônica e apresentar fadiga com frequência. Na verdade, apenas 10% dos pacientes que se queixam de cansaço crônico, efetivamente possuem critérios para o diagnóstico da síndrome da fadiga crônica.

Sintomas da síndrome da fadiga crônica

Além da fadiga crônica que dá o nome a doença, os pacientes com esta síndrome também costumam apresentar os seguintes sintomas:

Síndrome da fadiga crônica1. Dificuldade de concentração e "memória fraca"
2. Dor de garganta
3. Dor muscular
4. Dor articular
5. Dor de cabeça 
6. Dificuldades em dormir
7. Linfonodos discretamente aumentados e dolorosos
8. Exaustão após esforço físico ou mental, mesmo após 24 horas de repouso.

Estes são os sintomas clássicos, porém, vários outros podem ocorrer como tonturas, diarréia, alergias...

É importante destacar que o exame físico costuma ser normal. O paciente se queixa de dores, mas nenhuma lesão é encontrada, queixa-se de febre, mas o termômetro nunca a mostra, os linfonodos dolorosos são normais à biópsia e a eletroneuromiografia não consegue comprovar a fraqueza muscular.

Esta incapacidade em se documentar as queixas dos pacientes muitas vezes levam a uma errada interpretação de que estão fingindo ter uma doença. Porém, assim como na fibromialgia, a síndrome da fadiga crônica deve ser encarada como uma doença de verdade, evitando-se a estigmatização dos pacientes.

Causas da síndrome da fadiga crônica

Apesar de todos os esforços, as causas da síndrome da fadiga crônica ainda não foram elucidadas. Algumas doenças e infecções, principalmente das vias respiratórias, parecem precipitar a doença, mas o mecanismo no qual isso ocorre e por que só acontece em algumas pessoas ainda é um mistério. Sabe-se, porém, que a doença é mais comum em pessoas jovens e adultos de meia-idade do que em crianças e idosos, e duas vezes mais comum em mulheres que em homens.

Entre as doenças que podem precipitar a síndrome da fadiga crônica, citamos:

- Infecções virais, principalmente das vias respiratórias
- Depressão
- Anemia por carência de ferro (leia: ANEMIA | CAUSAS E SINTOMAS)
- Alterações hormonais
- Causas autoimunes (leia: DOENÇA AUTO- IMUNE | O que é e quais são as causas mais comuns)
- Pressão baixa crônica (leia: PRESSÃO BAIXA EXISTE ?)
- Fibromialgia (leia:  FIBROMIALGIA | Sintomas e tratamento)

Durante muitos anos acreditava-se que havia uma relação muito forte entre a mononucleose (leia: MONONUCLEOSE | DOENÇA DO BEIJO | Sintomas e contágio) e síndrome, porém, as últimas evidências mostram que esta relação não é tão importante.

Diagnóstico da síndrome da fadiga crônica

A síndrome da fadiga crônica é um diagnóstico de exclusão, ou seja, é preciso ter certeza que o cansaço e os sintomas não são causados por nenhuma outra doença identificável. Doenças cardíacas, pulmonares, hepáticas e renais, além de dezenas de outros problemas, como obesidade mórbida, uso de drogas, apnéia do sono, anorexia etc... podem causar fadiga e devem ser descartadas sempre.

Mesmo que o paciente não tenha nenhuma causa identificável para o seu cansaço, para o diagnóstico da síndrome ainda é preciso que a fadiga tenha estado presente nos últimos seis meses e esteja associada a pelo menos 4 dos 8 sintomas descritos acima.

Tratamento da síndrome da fadiga crônica

Não existe cura para a síndrome da fadiga crônica e o tratamento nem sempre é satisfatório. De todos os tratamento já tentados, os que realmente fornecem melhora clínica são a psicoterapia e exercícios físicos regulares. Este último pode ser muito difícil uma vez que no início os sintomas parecem piorar. Porém, o exercício deve ser iniciado com cargas muito, mas muito leves, com lento e progressivo aumento conforme o paciente tolere. A longo prazo, a prática de exercícios melhora muito a qualidade de vida.

Não existe tratamento com drogas ou dieta específica que comprovadamente melhore os sintomas da síndrome da fadiga crônica.

 

GRANULOMATOSE DE WEGENER | Sintomas, diagnóstico e tratamento

granulomatose de Wegener é uma vasculite de origem auto-imune, ou seja, uma doença que cursa com uma inflamação difusa dos vasos sanguíneos do corpo, causada pela produção inapropriada de auto-anticorpos e que, em última análise, leva a uma restrição do fluxo sanguíneo nos órgãos afetados.

Se você não está familiarizado com os conceitos de doença auto-imune e vasculite, sugiro primeiro a leitura dos textos :
DOENÇA AUTO-IMUNE
VASCULITE - O que é e quais os seus sintomas.

O que é a granulomatose de Wegener?

A granulomatose de Wegener é uma doença pouco comum, afetando 1 a cada 30.000 pessoas, que acomete todo o corpo, mas ataca principalmente os vasos sanguíneos dos rins, pulmões e vias respiratórias. A inflamação causada pela doença produz um tipo de tecido inflamatório chamado de granuloma, uma espécie de tumoração microscópica em forma de grânulos. Daí o nome granulomatose de Wegener. Os granulomas destroem os vasos, impedem o aporte de sangue para os órgãos e causam necrose dos tecidos afetados.

A granulomatose de Wegener é uma doença auto-imune, ou seja, a inflamação dos vasos é causada por um distúrbio no nosso sistema imune que acaba atacando inapropriadamente os nosso vasos. O motivo que ocorre esta desregulação do sistema imune, fazendo com que o nosso corpo comece a se auto-destruir, ainda é desconhecido.


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