Depressão- veja artigo original 1) Depressão e tristeza são a mesma coisa?
O termo depressão tem sido usado comumente como sinônimo de tristeza ou strong>infelicidade. Porém, a tristeza momentânea é uma reação emocional normal que qualquer indivíduo pode apresentar como resposta a uma situação de lutoou perda. Por exemplo, após a morte de um parente ou amigo querido é normal que o nosso estado emocional seja de infelicidade, muitas vezes acompanhada de sentimentos de ansiedade e desesperança. Mas, se esses sintomas perdurarem por um tempo excessivo, não desaparecendo espontaneamente e se são exagerados, comprometendo a rotina diária ou as relações interpessoais, provavelmente o indivíduo é portador de um transtorno do humor: DEPRESSÃO
Do ponto de vista médico, é necessário que o paciente apresente uma série de características para que seja diagnosticado como portador de Depressão. Dentre estas, as mais importantes são o humor deprimido ou melancólico e a perda de interesse ou prazer, durante a maior parte do tempo. Outros sintomas frequentemente associados são: perturbação do sono (geralmente se manifesta como despertar noturno ou excesso de sono), sentimento de culpa, fadiga, perda de energia, diminuição da libido, lentificação psicomotora, perda do apetite (às vezes ocorre o oposto, ou seja, apetite exagerado), pensamentos ou atos suicidas, dificuldade de concentração.
2) A Depressão é uma doença hereditária?
R.: Como a maioria dos transtornos mentais, a Depressão tem múltiplas causas. Os estudos científicos mostram que há uma parcela de predisposição genética para o estabelecimento de um quadro depressivo numa pessoa. Sendo assim, filhos de pais que já sofreram Depressão também apresentam uma probabilidade maior de virem a responder com um transtorno depressivo quando submetidos a situações de estresse psicológico intenso. Mas a herança genética está longe de ser uma sentença. Se um dos pais tem transtorno de humor depressivo, o risco do filho também ter é de aproximadamente 28%. Se ambos os pais são depressivos, o risco é 2 a 3 vezes maior, mas não é 100%.
3) Existe algum tratamento efetivo para a Depressão?
R.: Sim. Tanto os psicofármacos quanto as técnicas psicoterápicas passaram por uma grande evolução, especialmente a partir da segunda metade do séc. XX e tratamentos cada vez mais efetivos continuam sendo desenvolvidos. Para que o tratamento surta o melhor efeito, primeiramente o diagnóstico deve ser preciso e devem ser excluídas doenças clínicas que podem cursar com quadros depressivos. Por exemplo, hipotireoidismo, cânceres, infarto agudo do miocárdio, demências, AIDS, entre outras, são doenças que podem levar o paciente a ficar deprimido e, se presentes e devidamente tratadas, melhora-se o quadro depressivo muitas vezes sem a necessidade do uso de medicamentos antidepressivos.
Se for diagnosticada a Depressão primária, esta deve ser tratada o mais precocemente possível. Existem várias opções de antidepressivos e diferentes técnicas psicoterápicas que devem ser associadas para uma resolução mais rápida e efetiva do transtorno. Como regra geral, devemos associar o tratamento farmacológico com alguma modalidade de psicoterapia(terapia cognitivo-comportamental, terapia focal, terapia interpessoal, terapias psicodinâmicas, psicanálise). Além disso, o paciente deve ser incentivado a modificar seus hábitos de vida: realizar alguma atividade que antes lhe dava prazer; praticar exercícios físicos moderados regularmente; manter uma dieta balanceada; manter um mínimo de 6 a 8 horas de sono por noite; evitar bebidas alcoólicas e tabaco; expor-se ao sol em horários apropriados.