ESTUDO DA COSMETOLOGIA

05/07/2012 23:15

 

 

 

INTRODUÇÃO

A busca da beleza e da juventude é gera exigências cada vez maiores dos pacientes no desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e de novos procedimentos estéticos, pois, com o avanço da idade, a pele começa a sofrer alterações como aparecimento de rugas, diminuição da espessura da epiderme, ressecamento, que modificam seu aspecto caracterizado pelo envelhecimento cutâneo.

A cosmética e os bioativos: atuam nas estruturas externas do corpo humano (pele e cabelos) de forma idêntica aos processos vitais, auxiliando o metabolismo com o objetivo direcionado a prolongar a juventude e retardar o envelhecimento.

A aparência pessoal é hoje requisito de grande importância em todos os segmentos, levando a população atual a dar maior valor a sua aparência, e buscar nos cosméticos as ferramentas para essa realização.

HISTÓRICO

O uso de cosméticos remonta há pelo menos 30.000 anos. Os homens da pré-história faziam gravações em rochas e cavernas, e também pintavam o corpo e se tatuavam.

Rituais tribais praticados pelos aborígines dependiam muito da decoração do corpo para proporcionar efeitos especiais, como a pintura de guerra. A religião era, também, uma razão para o uso desses produtos: Cerimônias religiosas freqüentemente empregavam resinas e ungüentos de perfumes agradáveis. A queima de incenso deu origem à palavra perfume, que no latim quer dizer através da fumaça.
Aparentemente os Egípcios foram os primeiros usuários de cosméticos e produtos de toucador  em larga escala. Alguns minérios foram usados como sombras de olhos e rouge, assim como usavam extratos vegetais, como a henna. A famosa Cleópatra se banhava com leite de cabra para ter uma tez suave e macia, e incorporou o símbolo da beleza eterna. Também nesta época os faraós eram sepultados em sarcófagos que continham tudo o que era necessário para se manter belo. No sarcófago de Tutankamon (1400 aC) foram encontrados cremes, incenso e potes de azeite usados na decoração e no tratamento.
Durante a dominação Grega na Europa, 400 aC, os cosméticos tornaram-se mais do que uma ciência, estavam menos conectados aos religiosos do que aos cientistas, que davam conselhos sobre dieta, exercícios físicos e higiene, assim como, sobre cosméticos. 

Nos manuscritos de Hipócrates, considerado o pai da medicina, já se encontravam orientações sobre higiene, banhos de água e sol, a importância do ar puro e da atividade física. Nesta época, século II aC, venerava-se uma deusa da beleza feminina, chamada Vênus de Milo.

Na era Romana, por volta do uno 180 dC, um médico grego chamado Claudius Galen realizou sua própria pesquisa científica na manipulação de produtos cosméticos, iniciando assim a era galênica dos produtos químico-farmacêuticos. Galen desenvolveu um produto chamado Unguentum Refrigerans, o famoso Cold cream, baseado em cera de abelha e bórax.

Os famosos banhos romanos eram centro de discussões e reuniões sociais para os senadores e aristocratas da época, mas caíram posteriormente em atos imorais condenados pela religião.

Também nesta época surgiu à alquimia, uma ciência oculta que se utilizavam de formulações cosméticas para atos de magia e ocultismo. Também foi nesta época que Ovídio escreveu um livro voltado a beleza da mulher Os produtos de beleza para o rosto da mulher, onde ensina a mulher a cuidar de sua beleza através de receitas caseiras.

Com a Idade Média vieram os anos de clausura para a ciência cosmética, um período em que o rigor religioso do cristianismo reprimiu o culto à higiene e a exaltação da beleza, impondo recatadas vestimentas. Esta época também chamada de Idade das Trevas foi muito repressiva na Europa, onde o uso de cosméticos desapareceu completamente, por isso também é chamada de 500 anos sem um banho.

As Cruzadas devolveram a este período os costumes "do culto à beleza e a ternura",  que se incluíam os cosméticos e os perfumes.

Com o Renascentismo e com o descobrimento da América, no século XV, percebemos o retorno à busca do embelezamento. Todos os costumes e hábitos de vida da época são retratados pelos pintores, como por exemplo, a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, que retrata a mulher sem sobrancelhas, face ampla e alva, de tez suave e delicada. Miguelangelo também retrata na Capela Cistina os anjos, apóstolos, Maria - mãe de Jesus - e outros personagens, de forma clara, jovial cuja beleza é exaltada em sua plenitude. Porém, a falta de higiene persiste e os perfumes são criados para mascarar o odor corporal.

Durante a Idade Moderna, séculos XVII e XVIII, notam-se a crescente evolução dos cosméticos e também da utilização de perucas cacheadas. Neste período ainda persistiam os costumes de não tomar banho regularmente, o que proporcionou o crescimento da produção de perfumes, tornando-se de grande importância para a economia francesa desde o reinado de Luiz XIV. Contudo, o grande salto dos perfumes se deu quando Giovanni Maria Farina, cm 1725, estabeleceu-se em Colônia, na Alemanha. Lá ele desenvolveu a famosa água de colônia.

No final deste século, os Puritanos, liderados por Oliver Cromwell, trouxeram um outro período, no qual o uso de cosméticos e perfumes ficou fora de moda. Este, talvez, tenha sido o período mais negro da história dos cosméticos, principalmente quando o Parlamento Inglês em 1770 estabeleceu que: Qualquer mulher... que se imponha, seduza e traia no matrimônio qualquer um dos súditos de Sua Majestade, por utilizar perfumes, pinturas, cosméticos, produtos de limpeza, dentes artificiais, cabelos falsos, espartilho de ferro, sapatos de saltos altos, enchimento nos quadris, irá incorrer nas penalidades previstas pela Lei contra a bruxaria.... e o casamento será considerado nulo e sem validade.

Já na Idade Contemporânea, século XIX, período Vitoriano na Inglaterra, Isabelina na Espanha e dos déspotas esclarecidos na França pós Napoleão, os cosméticos retomaram a popularidade.

Os cosméticos e produtos de toucador eram feitos em casa, cada família tinha suas próprias e favoritas receitas. As mulheres passaram a expor um pouco o corpo e tomavam banho utilizando trajes fechados.
Foi um período rico para o surgimento de indústrias de matérias-primas para a fabricação de cosméticos e produtos de higiene nos Estados Unidos, França, Japão, Inglaterra e Alemanha. Estávamos presenciando o início do mercado de cosméticos e produtos de higiene no mundo.

No início do século XX, os cosméticos saíram das cozinhas e passaram a ser produzidos industrialmente. A liberação da mulher foi o fator fundamental para o sucesso dos cosméticos, uma vez que não se pode falar de cosméticos sem falar em mulher.

Uma jovem polonesa chegou a Melbourne, na Austrália, em 1902. Ela trazia consigo alguns frascos contendo cremes para a pele, preparados com receitas da família. A pele das mulheres australianas sofria devido aos efeitos do calor, do clima seco, impressionada por isso, Helena Rubinstein abriu seu primeiro salão de beleza. Mais tarde foi para os Estados Unidos e se tornou a principal força no desenvolvimento da indústria de beleza.

A principal concorrente de Helena Rubinstein neste campo foi Florence Nightingale Graham, mais conhecida como Elizabeth Arden. Ambas foram desafiadas por Charles Revlon, que estabeleceu sua empresa, Revlon, com um produto inicialmente - verniz de unha, posteriormente vindo a se chamar esmalte de unha.

Max Factor começou com maquiagem para teatro, na costa oeste dos Estados Unidos, mas logo percebeu o potencial do mercado doméstico de consumo.

David McConnell vendia livros (incluindo Bíblias) de porta-em-porta, adotou a estratégia de presentear com pequenas amostras de perfume cada venda. Ele rapidamente percebeu que seus clientes estavam mais interessados nos perfumes do que nos livros, assim surgiu a gigante empresa Avon.

No Brasil; na segunda metade do século, uma nova empresa surgia na Rua Oscar Freire em São Paulo, onde dois jovens talentosos desenvolviam produtos de beleza e ensinavam a forma correta de utilização, nascia ali a Natura Cosméticos. Em Curitiba, Paraná, um farmacêutico em sua botica manipulava fórmulas galênicas e perfumes, e em pouco tempo despontou para a indústria cosmética, transformando-se em O Boticário.

  • Nas últimas décadas a indústria cosmética brasileira tem evoluído por uma série de fatores:
    Avanços tecnológicos que devido à rapidez na sua transferência, permitiu que nossa indústria se beneficiasse dos avanços mundiais no setor.
  • A criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que materializou os anseios da indústria na desburocratização dos regulamentos que regem a fabricação de cosméticos, proporcionando, entre outros, o aumento na velocidade dos lançamentos de novos produtos, essencial para qualquer tipo de indústria que segue os ditames da moda.
  • As atividades das entidades privadas representativas do setor: ABC - Associação Brasileira de Cosmetologia, representando os químicos cosméticos, e dos representantes das empresas do setor, liderados pela Associação Brasileira de Produtos de Higiene, Perfumes e Cosméticos e do Sindicato das Indústrias de Produtos de Toucador  do Estado de São Paulo - Abihpec/Sipatesp, cujo trabalho associativo proporcionou resultados no aprimoramento as atividades da indústria.
  • O surgimento das sociedades médicas de dermatologia e de cirurgia plástica, das sociedades profissionais de estética, entre outras, que instituíram o uso dos cosméticos específicos com muitos dos seus procedimentos.
  • Evidentemente, não se pode deixar de mencionar o motivo principal da indústria - o consumidor - que se tornou mais exigente com a qualidade e com os benefícios prometidos.

No final do século XX, a ciência dos cosméticos foi um fato inegável, pois trabalha não só no embelezamento do corpo, melhorando a imagem pessoal, mas também contribuindo para a prevenção não só do envelhecimento da pele como também de outros fatores nocivos à saúde.

 

 

LEGISLAÇÃO

Portaria nº 348, de 18 de agosto de 1997.

Ementa: Determinar a todos os estabelecimentos produtores de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, o cumprimento das Diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico - Manual de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

 

Resolução nº 481, de 23 de setembro de 1999.

Ementa: Estabelece os parâmetros de controle microbiológico para os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes conforme o anexo desta resolução.

 

Resolução RDC nº 162, de 11 de setembro de 2001.

Ementa: Estabelece a Lista de Substâncias de Ação Conservantes para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

 

Resolução RDC nº 237, de 22 de agosto de 2002.

Ementa: Aprova Regulamento Técnico Sobre Protetores Solares em Cosméticos.

 

Resolução RDC nº 277, de 22 de outubro de 2002.

Ementa: Amplia a proibição contida no art. 1º da RE nº 552, de 20 de abril de 2001, a todas as formas farmacêuticas de medicamentos anti-sépticos de uso tópico indicados para uso infantil contendo ácido bórico e dá outras providências.

 

Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005.

Ementa: Ficam estabelecidas a Definição e a Classificação de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, conforme Anexos I e II desta Resolução.

 

Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005.

Ementa: Aprova o Regulamento Técnico Listas de Substâncias que os Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes não Devem Conter Exceto nas Condições e com as Restrições Estabelecidas, que consta como Anexo e faz parte da presente Resolução.

 

Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2006.

Ementa: Aprova o Regulamento Técnico lista de substâncias que não podem ser utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes.

 

Resolução RDC nº 47, de 16 de março de 2006.

Ementa: Aprova o Regulamento Técnico lista de filtros ultravioletas permitidos para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes.

 

MERCADO COSMÉTICO

EVOLUÇÃO

A Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos apresentou um crescimento médio deflacionado composto de 10,7% nos últimos 5 anos, tendo passado de um faturamento Ex Factory, líquido de impostos sobre vendas de R$ 7,5 bilhões em 2000 para R$ 15,4 bilhões em 2005. A queda em dólares, US$ 3,3 bilhões em 2002 versus US$ 4,1 bilhões em 2000 e US$ 3,6 bilhões em 2001, reflete a maxidesvalorização ocorrida em 1999, em 2001 e em 2002. Já o crescimento em dólares em 2004 e 2005 foi influenciado pela apreciação do real, na média do ano, em relação ao dólar de 3,9% em 2004 e 17,7% em 2005 (FIGURA 1): 

 

17,7% em 2005 (FIGURA 1): 

Vários fatores têm contribuído para este excelente crescimento do Setor, dentre os quais destacamos:
Participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho;

  • A utilização de tecnologia de ponta e o conseqüente aumento da produtividade, favorecendo os preços praticados pelo setor, que têm aumentos menores do que os índices de preços da economia em geral;
  • Lançamentos constantes de novos produtos atendendo cada vez mais às necessidades do mercado;
  • Aumento da expectativa de vida, o que traz a necessidade de conservar uma impressão de juventude.

CRESCIMENTO DO SETOR vs CRESCIMENTO DA ECONOMIA

Com exceção do ano 2004, o País apresentou índices baixos de crescimento nos últimos anos. O quadro abaixo compara a evolução do Produto Interno Bruto, com a da indústria em geral e com os índices da Indústria de Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, demonstrando que o setor apresentou neste período, crescimento bem mais vigoroso que o restante da indústria (10,7% de crescimento médio no setor contra 2,2% do PIB Total e 2,1% da Indústria Geral) (FIGURA 2):

 

 FIGURA 2: Comparação do crescimento do mercado cosmético como mercado geral

Vários fatores têm contribuído para este excelente crescimento do Setor, dentre os quais destacamos:

  •  Participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho;
  • A utilização de tecnologia de ponta e o conseqüente aumento da produtividade, favorecendo os preços praticados pelo setor, que tem aumentos menores do que os índices de preços da economia em geral;
  • Lançamentos constantes de novos produtos atendendo cada vez mais às necessidades do mercado;
    Aumento da expectativa de vida, o que traz a necessidade de conservar uma impressão de juventude.

Mercado Cosmético

A próxima FIGURA (FIGURA 4) mostra a balança comercial dos produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos nos últimos cinco anos, demonstrando um crescimento acumulado de 120,7% nas exportações entre 2001 e 2005, enquanto que as importações diminuíram 4,1% no mesmo período.O déficit comercial do setor, que atingiu US$ 163,1 milhões em 1997, foi sendo reduzido nos anos seguintes, atingindo US$ 8 milhões em 2001 e, a partir de 2002, revertido para resultados superavitários.Em 2005, o superávit atingiu US$ 196,3 milhões, um crescimento de 12% sobre 2004, apesar do significativo aumento nas importações provocado pela apreciação do real. 

 

FIGURA 4: Balança comercial brasileira de produtos cosméticos

Por grupo de produtos, as exportações brasileiras de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, apresentaram a seguinte composição em 2005 (FIGURA 5):

 

 FIGURA 5: Composição dos produtos de higiene.

Perfil Empresarial

A América do Sul tem sido o principal mercado brasileiro para os produtos do Setor, porém, dada a conquista de mercados não tradicionais, a participação das exportações para os países Sul-Americanos foi reduzida entre 2001 e 2004. O aumento na participação em 2005 foi provocado pela recuperação da economia Argentina.

 

PERFIL EMPRESARIAL

Existem no Brasil 1.415 empresas atuando no mercado de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, sendo que 15 empresas de grande porte, com faturamento líquido de impostos acima dos R$ 100 milhões, representam 73,4% do faturamento total. As empresas estão distribuídas por região/estado da seguinte forma:

 


FIGURA 6: Divisão do mercado produtivo de cosméticos em 2006.


MERCADO BRASILEIRO

Em relação ao mercado mundial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, conforme dados do Euromonitor de 2005, o Brasil ocupa a quarta posição. É o segundo mercado em desodorantes e em produtos infantis, terceiro em produtos para cabelo e perfumaria; o quarto em higiene oral; o quinto em banho e produtos masculinos; sétimo em cosmético cores; oitavo em proteção solar; o nono em pele; e o décimo em depilatórios.

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Os produtos do setor são distribuídos através de três canais básicos:

  • Distribuições tradicionais, incluindo o atacado e as lojas de varejo,
  • Venda direta, evolução do conceito de vendas domiciliares,
  • Franquia, lojas especializadas e personalizadas.
 

CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES GERAIS

DEFINIÇÕES

  • Cosmecêuticos: produtos cosméticos com propriedades terapêuticas. Este termo não é reconhecido pela ANVISA.
  • Cosmético: originalmente, era o nome dado às substâncias naturais destinadas a suavizar o cabelo e dar-lhe brilho. Depois da primeira guerra, o domínio dos produtos de beleza aumentou e o nome cosmético tomou sentido mais amplo, designando toda substância de origem animal, vegetal e mineral utilizada para limpar, hidratar, corrigir, embelezar e proteger sem irritar, sensibilizar ou causar qualquer alteração fisiológica oriunda de sua permeação cutânea ou sistêmica a pele e seus anexos (cabelos, unhas, dedos);
  • Cosmetologia: ciência que serve de suporte à fabricação dos produtos de beleza e permite verificar as suas propriedades, estuda as matérias-primas e os produtos cosméticos destinados ao embelezamento, limpeza, manutenção e melhoria das características do cabelo, pele e seus anexos;
  • Cosmetologista: técnico que estuda e aprimora as formulações e fabrica produtos de beleza, aplicando os métodos científicos determinados pela cosmetologia;
  • Embalagem Primária: envoltório ou recipiente que se encontra em contato direto com os produtos.
  • Embalagem Secundária: é a embalagem destinada a conter a embalagem primária ou as embalagens primárias.
  • Esteticista: profissional que sabe escolher os cosméticos, segundo as suas propriedades, qualidades e indicações e os aplica de acordo com as técnicas e métodos ligados à profissão;
  • Garantia da Qualidade: Todas as ações sistemáticas necessárias para prover segurança de que um produto ou serviço irá satisfazer os requerimentos de qualidade estabelecidos.
  • Material de Embalagem: Cada um dos elementos de acondicionamento que estarão no produto final conforme entrem ou não em contato com o produto, dividem-se em primários ou secundários.
  • Matéria-Prima: Qualquer substância envolvida na obtenção de um produto a granel que faça parte deste na sua forma original ou modificada.
  • Prazo de Validade: tempo em que o produto mantém suas propriedades, quando conservado na embalagem original e sem avarias, em condições adequadas de armazenamento e utilização. 
  • Produto a Granel: Produto que sofreu todas as etapas de fabricação, à exceção do envase e embalagem.
  • Produto Acabado: Produto pronto para ser colocado no mercado.
  • Produto Semi-Acabado: Produto obtido a partir de um envase primário, que necessita no mínimo de uma operação posterior antes de ser considerado um produto terminado. 
  • Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado. 
  • Sistema da Qualidade: Estrutura organizacional de procedimentos e recursos para implementar a Administração da Qualidade.

CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS

A classificação de cosméticos, produtos de higiene, perfumes e outros de natureza e finalidade idênticas está baseada nos artigos 3° e 26° da Lei 6.360/76 e artigos 3°, 49° e 50°, do Decreto 79094/77. 

Os grupos de produtos estão enquadrados em quatro categorias e classificados quanto ao grau de risco a que oferecem dada a sua finalidade de uso, para fins de análise técnica, quanto do seu pedido de registro, a saber: 

A - Categorias: 

  • Produto de Higiene
  • Cosmético
  • Perfume
  • Produto de Uso Infantil

B - Grau de Risco:

  • Grau 1 - Produtos com risco mínimo, ou seja, são produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes cuja formulação se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto
  • Grau 2 - Produtos com risco potencial, ou seja, são produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes cuja formulação possue indicações específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso.

Categoria do Produto

Os critérios para essa classificação foram definidos em função da finalidade de uso do produto, áreas do corpo abrangidas, modo de usar e cuidados a serem observados, quando de sua utilização.

Exemplo:

CATEGORIA: PRODUTO DE HIGIENE

 

GRUPO                                       

         GRAU                 

 

Sabonetes (líquidos, gel, cremoso ou sólido)

 

Sabonete facial e/ou corporal 

1                                          

Sabonete abrasivo/esfoliante   

Sabonete anti-séptico  

Sabonete desodorante                             

Outros 

  a definir 

 

Produtos para Higiene dos Cabelos e Couro Cabeludo (líquido, gel, creme, pós ou sólido)

 

Xampu 

1                                              

Xampu condicionador 

Xampu para lavagem a seco 

Xampu anti-caspa 

 Creme rinse 

Enxaguatório capilar 

Condicionador 

Condicionador anti-caspa   

Enxaguatório capilar anti-caspa                      

 

Outros produtos para higiene dos cabelos e couro cabeludo 

          a definir                                         

A tabela completa encontra-se na Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005

 

Pele / Anexos Epidermicos / Cabelo

 

A pele (FIGURA 7) forma a superfície externa contínua ou tegumento do corpo, sendo o maior órgão, constituindo quase um sexto do seu peso total. Possui quatro funções principais:

  • Proteção: a pele fornece proteção contra a luz ultravioleta e agressões mecânicas, químicas e térmicas; sua superfície relativamente impermeável impede a desidratação e atua como uma barreira física à invasão por microrganismos.
  • Sensibilidade: a pele é o maior órgão sensitivo do corpo e contêm vários receptores para o tato, pressão, dor e temperatura.
  • Termorregulação: em humanos, a pele é um importante órgão de termorregulação. O corpo é isolado contra a perda de calor pela presença de pêlos e tecido adiposo subcutâneo (insulação). A perda de calor é facilitada pela evaporação do suor na superfície cutânea e aumento do fluxo sangüíneo através da rica rede vascular da derme.
  • Funções metabólicas: o tecido adiposo subcutâneo constitui um importante reservatório de energia, principalmente na forma de triacilgliceróis. Por exemplo, a vitamina D é sintetizada na epiderme. Em diferentes regiões do corpo a pele varia em espessura, cor, presença de pêlos, glândulas e unhas.
  • Apesar dessas variações que refletem diferentes demandas funcionais, todos os tipos de pele possuem a mesma estrutura básica. A pele espessa cobre a palma da mão e a sola dos pés, possui glândulas sudoríparas, mas não possuem folículos pilosos, músculos eretores do pêlo e glândulas sebáceas. A pele delgada cobre a maior parte do resto do corpo, contém folículos pilosos, músculos eretores do pêlo, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas.

A superfície externa da pele consiste de um epitélio pavimentoso estratificado queratinizado denominado epiderme; sua espessura varia de acordo com as forças funcionais e as influências de desidratação às quais é submetida.

A epiderme é sustentada e nutrida por uma camada espessa de tecido fibroelástico denso denominado derme, que é altamente vascularizada e contém muitos receptores sensitivos. A derme é fixada aos tecidos subjacentes por uma lâmina de tecido frouxo denominada hipoderme ou camada subcutânea, que contém quantidade variável de tecido adiposo (FIGURA 8).

 

FIGURA 8: A pele

EPIDERME

A epiderme é a camada mais externa do corpo e está em contato direto com o meio externo. É um epitélio queratinizado estratificado composto principalmente de queratinócitos, as células epiteliais especializadas responsáveis pela renovação, coesão e barreira da epiderme. A FIGURA 9 mostra que esta camada externa da pele é subdividida em cinco camadas (de dentro para fora): stratum basale, stratum spinosum, stratum granulosum, stratum lucidum e stratum corneum. Estas camadas são formadas pela diferenciação seqüencial de células migrando da camada basal para a superfície. A epiderme se renova a cada 14-30 dias dependendo da região da pele.

  • A camada basal (stratum basale) é a camada mais profunda e fica logo acima da derme. É a camada com a maior atividade mitótica. As camadas de células basais se ligam à lâmina basal (basement membrane).
  • A camada espinosa (stratum spinosum) é a camada mais grossa da epiderme. As células nesta camada chegam por migração da camada basal, perdendo sua adesão à lâmina basal e se aderindo a outros queranócitos.
  • A camada granular (stratum granulosum) é caracterizada pela presença de grânulos de queratohialina entre os filamentos de queratina; consiste em 3-5 camadas de queratinócitos achatados. Esta é a camada mais superficial em que as células ainda possuem núcleo.
  • A camada córnea (stratum corneum) é a camada mais superficial e é composta de células mortas. O alto conteúdo lipídico forma uma barreira para retenção de água e resistência. Esta camada fornece 98% de habilidade de retenção de água da epiderme. A membrana plasmática se torna grossa devido à deposição e ligação cruzada de proteínas, como a involucrina, ao longo da superfície interna para formar o envelope córneo. Estas células não possuem núcleo e outras organelas, mas possuem inúmeros filamentos de queratina. O stratum lucidum é parte desta camada.


FIGURA 9: Epiderme e suas camandas

Outros integrantes da epiderme são as células de Langerhans apresentadoras de antígeno, os linfócitos T epidérmicos, ambos derivados da medula óssea, os melanócitos formadores de pigmentos e as células de Merkel neuroepiteliais, queratinócitos modificados que possuem queratinas e formam ligações desmossomais de queratinócitos.

Derme

A derme é um tecido conectivo, irregular e denso, composto de colágeno, elastina e glicosaminoglicanos. É mais grossa que a epiderme, contém extensiva vascularização, neurônios, músculo liso e fibroblastos (FIGURA 10). É a principal barreira mecânica da pele.

Sua rede de fibras elásticas funciona para suportar a epiderme e ligar à hipoderme. A derme contém duas camadas, a camada papilar e a camada reticular.

 
FIGURA 10: Pele espessa de mamíferos. (A) Estes diagramas mostram a arquitetura da pele. (B) Micrografia de uma seção transversal da sola de um pé humano, corado com hematoxilina e eosina. A pele pode ser vista como um grande órgão composto de dois tecidos principais: a epiderme e o tecido conectivo que fica abaixo da epiderme, o qual consiste da derme e hipoderme. Cada tecido é composto de vários tipos celulares. A derme e a hipoderme são ricamente irrigadas com vasos sanguíneos e nervos. Algumas fibras nervosas se estendem até a epiderme.

A derme possui elementos neuronais para percepção de toque, dor, coceira e temperatura. Os corpúsculos de Meisser residem na camada papilar e funcionam como mecanorreceptores na percepção do toque. Os corpúsculos de Pacini são encontrados na porção profunda da derme (e na hipoderme) e são responsáveis pela sensação de pressão.

HIPODERME

A hipoderme é composta de tecido conectivo frouxo com um grande número de células adiposas (FIGURA 10). A hipoderme confere insulação, absorção de impacto, estoque de energia e flexibilidade. Também contém o maior número de vasos sanguíneos da pele. Muitos dos anexos epidérmicos se estendem até a hipoderme. Eles são uma fonte de queratinócitos quando a epiderme é destruída por abrasão ou queimadura.

 

RENOVAÇÃO DA PELE

A epiderme é um tecido auto-renovador: uma única célula-tronco adulta tem capacidade proliferativa para produzir epiderme nova suficiente para cobrir a superfície corpórea. Na pele de mamíferos, células-tronco epiteliais de ciclo lento residem em uma porção saliente do folículo piloso (bulge) (FIGURA 11).

Estas células-tronco são multipotentes (células-tronco que têm o potencial de dar origem a múltiplas linhagens) e podem dar origem não só a células da epiderme como também a folículos pilosos e glândulas sebáceas. Estas células-tronco presentes na saliência do folículo piloso e que migram para a epiderme vivem na camada (basal) mais interna. A taxa de proliferação e migração é muito acelerada quando a pele foi danificada e a ferida está sendo cicatrizada.

 

FIGURA 11: Folículo piloso de mamíferos. Observe a posição da saliência (bulge), onde as células tronco estão localizadas.

A MATRIZ EXTRACELULAR - INTEGRAÇÃO DAS CÉLULAS EM TECIDOS

Para que as células se organizem em tecidos, é necessário que haja adesão entre elas, de forma a manterem-se juntas. Proteínas integrais de membrana, chamadas de moléculas de adesão celular - CAMs (de cell-adhesion molecules) -, permitem adesão forte e específica de muitas células animais com células do mesmo tipo ou similares. Outras proteínas formam junções celulares especializadas que estabilizam estas interações e promovem a comunicação local entre células adjacentes.

Adesão celular

As CAMs podem mediar a adesão homofílica (entre células do mesmo tipo) e heterofílica (entre células diferentes). A porção citossólica destas proteínas está normalmente conectada a elementos do citoesqueleto. Há cinco classes principais de CAMs: as caderinas, a superfamília de imunoglobulinas (Ig), as selectinas, as mucinas e as integrinas. Além das ligações estruturais, as células em tecidos estão em comunicação direta por gap junctions. As gap junctions estão distribuídas pela superfície lateral de células adjacentes e permitem a troca de pequenas moléculas.

Matriz Extracelular

As células animais organizadas em tecido também secretam uma ampla diversidade de proteínas e carboidratos, chamada de matriz extracelular - ECM (de Extra Cellular Matrix), criando um ambiente especial nos espaços entre as células. A matriz auxilia a ligação das células em tecidos e é um reservatório para muitos hormônios que controlam o crescimento e a diferenciação celular. A matriz também serve como um suporte através do qual as células podem se mover, especialmente durante os estágios primários de diferenciação. Problemas nestas conexões podem levar ao câncer e malformações durante o desenvolvimento.

A matriz extracelular possui três componentes protéicos majoritários:

  • Proteínas estruturais: insolúveis, que proporcionam força e resistência (colágeno e elastina);
  • Proteínas especializadas (multiadesivas solúveis): ligação, sinalização (fibrilina, fibronectina e laminina);
  • Proteoglicanos: altamente viscosas e compostas de um núcleo protéico ao qual se ligam longas cadeias de dissacarídeos repetidos (glicosaminoglicanos), formando componentes da ECM altamente complexos e de alto peso molecular.

 

Compostos específicos da matriz extracelular podem ativar diretamente vias de transdução de sinal citossólicos, ao ligar-se a receptores de proteínas de adesão celular na membrana plasmática. Alternativamente, pela ligação de fatores de crescimento e outros hormônios, a matriz extracelular pode tanto seqüestrar estes sinais das células ou contrariamente, apresentá-los às células, assim induzindo ou inibindo indiretamente as vias de sinalização intracelular.

Colágeno

O colágeno é a principal proteína fibrosa encontrada na matriz extracelular. Em vertebrados, há pelo menos 27 tipos de colágenos com 42 cadeias polipeptídicas distintas. Todas as moléculas de colágeno consistem em três cadeias polipeptídicas, chamadas de cadeias, contendo pelo menos um domínio com a seqüência Gly-X-Y, formando uma estrutura de tripla hélice característica, semelhante a uma trança (FIGURA 12-A). Os diferentes colágenos se distinguem pela habilidade das suas regiões helicoidais e não helicoidais de se associarem em fibrilas, formando folhas, ou de se ligarem com diferentes tipos de colágeno. Moléculas de colágeno fibroso (tipos I, II e III) se associam em fibrilas. Na Tabela 1 estão descritos alguns tipos de colágeno e algumas de suas propriedades.

 


FIGURA 12: Colágeno e elastina: a) Colágeno é uma tripla hélice formada por três cadeias protéicas estendidas que se entrelaçam. Muitas moléculas de colágeno em forma de haste sofrem cross-link no espaço extracelular, formando fibrilas de colágeno que apresentam a força tensora do aço. As listas na fibrila de colágeno são devidas à repetição regular do arranjo das moléculas de colágeno na fibrila. b) Cadeias polipeptídicas de elastina sofrem cross-link, formando fibras elásticas. Quando a fibra é estendida, cada molécula de elastina se desenrola em uma conformação mais estendida, retomando espontaneamente a conformação original quando a força tensora é relaxada.

Tabela 1 - Alguns tipos de colágenos e suas propriedades.

 

Tipo

Forma polimerizada

Distribuição nos tecidos

Formação de fibrila (fibrilar) I fibrila

I

fibrila

Ossos, pele, tendões, ligamentos, córnea, órgãos internos (90% do colágeno corpóreo)

 

II

fibrila

Cartilagem, disco invertebral, notocorda, humor vítreo dos olhos.

 

III

fibrila

Pele, vasos sanguíneos, órgãos internos

 

V

Fibrila (com tipo I)

Como tipo I

 

XI

Fibrila (com tipo II)

Como tipo II

Associada à fibrila

VI

Associação lateral com algumas fibrilas tipo I

Tecidos intersticiais

 

IX

Associação lateral com algumas fibrilas tipo II

Cartilagem

 

XII

Associação lateral com algumas fibrilas tipo I

Tendões, ligamentos

Formação de rede

IV

Rede tipo folhas

Lâmina basal

 

VII

Fibrilas de ancoramento

Epitélio escamoso estratificado

Transmembrana

XVII

Não conhecida

Hemidesmossomos

Outros

XVIII

Não conhecida

Lâmina basal nos vasos sanguíneos

 

Extrutura Molecular

A maioria dos colágenos é fibrilar e composto de moléculas do tipo I. Uma rede bidimensional de colágeno tipo IV é característico da lâmina basal (FIGURA 13).

 

 


FIGURA 13: Modelo da estrutura molecular da lâmina basal. (A) A lâmina basal é formada por interações específicas (B) entre as proteínas de colágeno tipo IV, laminina e nidogeno, e a proteglicano perlecan. As setas em (B) conectam moléculas que podem se ligar diretamente umas às outras. Há várias isoformas do colágeno tipo IV e laminina, cada uma com uma distribuição específica nos diferentes tecidos. Acredita-se que os receptores de laminina transmembranares (integrinas e distroglicanas) na membrana plasmática organizam o arranjo da lâmina basal. Somente as integrinas estão mostradas.

O colágeno é secretado para a matriz extracelular na forma de procolágeno, que consiste em três cadeias polipeptídicas (cadeias) unidas para formar uma estrutura helicoidal. Na matriz extracelular, as moléculas de procolágeno polimerizam-se para formar o colágeno.

As fibrilas de colágeno, compostas de diversas triplas hélices de colágeno, mantêm sua estrutura através da formação de ligações covalentes (entre as triplas hélices). O colágeno fibroso possui exigências estruturais específicas e é muito susceptível à mutação, especialmente nos resíduos de glicina. Como as cadeias de colágeno mutante podem afetar a função das cadeias selvagens, estas mutações têm um fenótipo dominante.

Pele / Anexos Epidémicos / Cabelo - Cont.

ELASTINA

Moléculas de elastina formam uma rede interligada de fibras e folhas na matriz extracelular, particularmente na pele, pulmão e vasos sanguíneos, onde conferem as propriedades de estiramento e retração elástica. A elastina é sintetizada por fibroblastos em uma forma precursora conhecida como tropoelastina, que sofre polimerização no ambiente extracelular. A deposição de elastina na forma de fibras requer a presença de microfibrilas da glicoproteína estrutural fibrilina, que são incorporadas à estrutura. A FIGURA 12-B mostra detalhes da elastina.

FLORA CUTÂNEA

A pele é preenchida em toda sua superfície por diversos tipos e microorganismos, constituindo a flora cutânea.

Ela é formada:

  • Por uma flora chamada resistente, que existe naturalmente na superfície da pele. Ela é constituída por microorganismos chamados saprófitas
  • Por uma flora transitória. Os microorganismos que a compõem são hóspedes acidentais da pele, cuja sobrevivência sobre o território cutâneo é fraca e temporária. Estes microorganismos são chamados contaminadores ou também patógenos.

A flora resistente.

  • Localização - Na camada descamante e nos infundíbulos pilares. Pela necessidade de água e nutrientes para seu desenvolvimento, os locais onde eles encontram tais substâncias para sua proliferação são os anexos cutâneos. Portanto regiões com grandes quantidades de glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas são ideais para o desenvolvimento dos microorganismos.
  • Composição - Depende da localização e da idade. Mas em geral há três grandes espécies que são as propionibactérias, os estafilococos e leveduras.
  • Importância - A competição entre os microorganismos resistentes e os transitórios permite uma proteção relativa contra estes últimos. É, portanto primordial conservar a flora cutânea resistente em bom estado, garantindo maior proteção contra a inoculação de microorganismos patógenos.

A flora transitória

 São provenientes de uma contaminação. São, portanto encontrados em regiões descobertas do corpo, expostas ao meio ambiente. As principais são:

  • Estafilococo dourado
  • Estreptococos
  • Leveduras
 

ENVELHECIMENTO

O envelhecimento é um processo biológico e dinâmico que ocorre desde o dia em que o ser humano nasce. Para as células e enzimas não seria diferente, elas nascem, crescem, cumprem sua função e morrem. Para isto, o organismo tem certa capacidade de regeneração celular, pois a pele humana é a que mais sofre com o envelhecimento, a pele fisiologicamente envelhecida altera suas funções de proteção por falta de cuidados e agressões ocorridas.

Os tecidos gradualmente passam por mudanças de acordo com a idade, sendo que, na pele, essas alterações são mais facilmente reconhecidas. Atrofia enrugamento, ptose e lassidão representam os sinais mais aparentes de uma pele senil.  A FIGURA 14 e 15 representa uma pele Jovem e uma pele envelhecida.

 


FIGURA 14: Pele jovem A pele normal repousa sobre a gordura subcutânea (g), e é constituída pela epiderme (e), e a derme (d). Na derme encontram-se estruturas importantes: folículos pilosos (fo): bulbos onde se originam pêlos; fibras colágenas (verdes): que formam redes densas e bem ordenadas (paralelas entre si), para dar resistência à pele; fibras elásticas (azuis): mais finas e em menor número, permitem que a pele possa ser esticada sem se romper, retornando depois ao seu estado normal.

 

FIGURA 15: Com o envelhecimento, as fibras colágenas (verdes) tornam-se mais finas e escassas; a rede formada por elas fica irregular e desordenada, perdendo resistência em alguns pontos. Nesses pontos, a epiderme e a parte mais alta da derme acabam desabando, dando origem aos sulcos visíveis na superfície da pele (há 2 sulcos representados no desenho). As fibras elásticas (azuis), por sua vez, tornam-se mais espessas e numerosas, formando aglomerados desordenados que prejudicam seu funcionamento. O resultado é uma perda da elasticidade da pele.

 

Envelhecimento Intrínseco

Resume no envelhecimento em que todas as transformações que conduzem o organismo à perda da vitalidade. São alterações que acontecem desde o nascimento e podem ser causadas por diversos fatores, como a queda dos níveis hormonais, a formação de radicais livres e o envelhecimento do sistema nervoso.
O envelhecimento intrínseco (FIGURA 16), ou cronológico é aquele determinado por condições genéticas e que se caracteriza por tornar a pele fina, frágil e inelástica, ocorrendo por volta dos 30 a 35 anos de idade. Por maiores que sejam os cuidados com o processo do envelhecimento, chega uma hora que a perda de suas funções orgânicas é inevitável.

 

 

FIGURA 16 -Representação da mudança celular do envelhecimento intrínseco.

Neste processo, estruturalmente a epiderme se torna mais fina, os corneócitos se tornam menos aderentes uns aos outros, e a interface dermo-epidérmica se achata. O número de melanócitos e células de Langerhans diminuem, assim também como o tecido subcutâneo em algumas áreas, especialmente na face, bochechas, mãos. Com a idade avançada, há uma degeneração e redução das fibras elásticas, tornando a matriz destas fibras mais opaca, e as fibrilas mais curtas e alinhadas longitudinalmente.

Com uma exposição crônica a radiação ultravioleta pode diminuir a resposta imunológica, tanto nas áreas expostas ao sol como de forma generalizada ou sistêmica, ocorre também o aparecimento de linfócitos T supressores, o que tornará a pele susceptível ao desenvolvimento de tumores.

Exercício

Baseado nos conceitos vistos sobre a pele e a figura disposta, assinale a alternativa que não corresponde:

 

1. Constituem-se as quatro funções principais da pele: Proteção, Sensibilidade, Termorregulação e Funções metabólicas;

2. A epiderme é a camada mais externa do corpo subdivide-se em: stratum basale, stratum spinosum, stratum granulosum, stratum lucidum e stratum corneum;

3. A derme é um tecido conectivo, irregular e denso, composto de colágeno, elastina e glicosaminoglicanos. É mais grossa que a epiderme, contém extensiva vascularização, neurônios, músculo liso e fibroblastos;

4. A hipoderme é composta de tecido conectivo frouxo com um grande número de células adiposas. Confere insulação, absorção de impacto, estoque de energia e flexibilidade;

5. A derme é um tecido auto-renovador: uma única célula-tronco adulta tem capacidade proliferativa para produzir epiderme nova suficiente para cobrir a superfície corpórea.

Envelhecimento

Envelhecimento Extrínseco

Refere-se ao envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento,é um processo biológico complexo que afeta várias camadas da pele, principalmente o tecido conectivo da derme, sendo os principais componentes do tecido conectivo são as fibras de colágeno, a rede de fibras elásticas e os glicosaminoglicanos. Ele é responsável pela maneira de alterações clínicas visíveis na pele habitualmente exposta ao sol, como pele áspera, alterações pigmentares e enrugamento profundo.

Os processos externos como poluição, vento, umidade, calor, que podem causar lesões celulares, porém, o que mais afeta a pele é o sol. As radiações UVA e UVB são prejudiciais à pele e podem causar transformações celulares irreversíveis.

A pele envelhecida pelo sol apresenta alterações na matriz do colágeno extracelular; também é caracterizada por ressecamento da pele, pigmentação irregular, rugas, redução do tecido adiposo e atrofia. Além de surgir o aparecimento de sulcos e flacidez, devido ao acúmulo de material anormal na pele.

Teorias do envelhecimento

O envelhecimento reporta todas as alterações, que levam a uma diminuição nas habilidades de um organismo. Das muitas teorias sobre o envelhecimento, quase todas são plausíveis e possuem na sua maioria, base científica sólida. Uma das razões porque não se chega  a um consenso e a uma sistematização de todas as teorias, é a complexidade inerente ao universo vivo, não se podendo cometer a ingenuidade de atribuir um determinado efeito a uma só causa, pois estará a contrariar a noção de organismo vivo, como sistema integrado.

 Há várias teorias que explicam o processo de envelhecimento, por isso muitos cientistas ficam fascinados pelo estudo dos mecanismos de tal processo.

  • Teoria do desgaste - Esta teoria afirma que cada organismo estaria composto de partes impermeáveis, e que a acumulação de falhas em suas partes vitais levaria à morte das células, tecidos, órgãos e finalmente do organismo como um todo.
  • Teoria do erro catastrófico - Propõe que com o passar do tempo se produziria uma acumulação de erros na síntese protéica, que finalmente determinaria prejuízos na função celular.
  • Teoria dos radicais livres - É uma das teorias mais populares, pois, defende que o envelhecimento seria o resultado de uma inadequada proteção contra os danos produzidos nos tecidos pelos radicais livres.
  • Teoria do relógio biológico - Esta teoria foi umas das pioneiras para explicar o processo do envelhecimento, ela consta que cada organismo possui um relógio, onde ele determina quando se inicia o envelhecimento, e marca as épocas onde suas características seriam mais visíveis.

Alterações do envelhecimento

As alterações causadas pelo envelhecimento intrínseco são mais harmônicas, ocorrendo à diminuição da função cardiocirculatória e queda da atividade respiratória, a pele torna se mais delgada, e em alguns lugares enrugadas, ela se torna mais permeável permitindo a passagem mais rápida de microorganismos.

As fibras de colágeno da derme tornam-se mais grossa e as fibras elásticas perdem parte de sua elasticidade e aumentando gordura no tecido subcutâneo.

Alterações celulares causadas pelo envelhecimento

As funções de cada célula do organismo também passam por alterações com o processo do envelhecimento, a função celular declina progressivamente com a idade, as células que vão ficando velhas têm menor capacidade de captação de nutrientes e reparo de danos cromossômicos, além de possuírem núcleos irregulares e diminuição do retículo endoplasmático.

Envelhecimento X Pele

Com o envelhecimento a pele começa a sofrer mudanças que modificarão seu aspecto. As fibras elásticas irão se alterar, ocasionando a perda da elasticidade, haverá uma diminuição da espessura da pele e do tecido subcutâneo, o que levará ao aparecimento de rugas.

  • Linhas de expressão

As linhas de expressão (FIGURA 17) são observadas em toda a pele, sendo mais visível em áreas que foram expostas abundantemente à luz solar, vento e frio, podem ser causadas também por diminuição de nutrição e oxigenação.

 


FIGURA 17: A segunda representa a formação das rugas.

O aparecimento das primeiras linhas de expressão aparece na adolescência, porém não são muitos visíveis. Aos 25 anos surgem linhas pequenas, finas junto ao sulco nasogenianos. Até cerca dos 40 anos aparecem rugas que adquirem dimensão média, e a partir desta idade as rugas já estão mais acentuadas e também há um aparecimento de rugas na área do pescoço. A face fica com aspecto de cansada e com rugas profundas.

Tipos de Pele

TIPOS DE PELE

Apesar das peles parecerem semelhantes do ponto de vista anatômico, funcional e bioquímico, existem variações entre elas que devem ser levadas em conta na preparação dos cosméticos.

Atendendo a um perfil cosmetológico, a pele dos adultos normais pode ser classificada levando em conta os seguintes critérios:

  • Avaliação qualitativa e quantitativa das secreções
  • Produção de sebo
  • Grau de hidratação
  • Emulsão epicutânea
  • Espessura da pele

Segundo o critério de classificação a pele pode apresentar as seguintes características:

  • Pele normal ou eudérmica - pele ideal ou de criança, secreções equilibradas, emulsão epicutânea perfeita (tipo O/A).
  • Pele oleosa - espessura aumentada e bem hidratada, produção de sebo alterada (pH ácido), emulsão tipo A/O, aspecto oleoso (untuoso, com brilho acentuado), pele resistente a problemas alérgicos. Complicações comuns como seborréia, acne e desidratação.
  • Pele seca - secreção sebácea insuficiente, pessoas de pele muito clara, fina e sensível, frágil e facilmente irritável, rugas finas e precoces.
  • Pele mista - óstios  (FIGURA 18) dilatadosna região do T, secura e irritação nas outras áreas.

 

FIGURA 18: Imagem do óstio

Recentemente foi publicado que a pele pode ter mais de quatro tipos básicos, porém ainda é apenas considerado como classificação na literatura estes supra citados.

 

 

 


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