GIARDIA LAMBLIA | Sintomas e Tratamento
A Giardia lamblia, também chamada de Giardia intestinalis ou Giardia duodenale, é um protozoário que parasita os intestinos dos seres humanos, causando diarréia e dor abdominal. A doença causada pela Giardia é chamada de giardíase ou giardiose.
Ciclo de vida da Giardia lamblia
A Giardia possui duas formas morfológicas: cistos e trofozoítas.
Os cistos são as formas do parasita liberadas pelas fezes dos pacientes infectados, podendo sobreviver por muito tempo no ambiente se houver umidade. A transmissão da Giardia é fecal-oral, ou seja, ocorre pela ingestão dos cistos de Giardia que saem nas fezes de humanos ou outros mamíferos. Quanto piores forem as condições de saneamento de um local, maior o risco de epidemias de giardíase. Falarei especificamente dos meios de transmissão mais abaixo.
Giardia Lamblia |
Após a ingestão do cisto, a Giardia, no intestino delgado, se transforma na forma trofozoíta, tornando-se organismos flagelados que medem apenas 15 micrômetros (0,015 milímetros). Para um melhor entendimento, podemos dizer que os cistos funcionam como ovos e os trofozoítas são os filhotes que saem do mesmo. Os trofozoítas são a forma capaz de se reproduzir, multiplicando-se dentro do intestino delgado do paciente contaminado, aderindo a sua parede e alimentando-se da comida que passa.
Quando o parasita chega ao intestino grosso, ele volta a forma de cisto, pois este é o único meio de sobreviver no meio ambiente após a sua eliminação nas fezes.
Formas de transmissão da Giardia
Como já dito, a giardíase é transmitida pela via fecal-oral. Qualquer situação em que os cistos de giardia liberados nas fezes alcancem a boca de outras pessoas, causará a contaminação. Alguns exemplos:
- Beber ou banhar-se em águas contaminadas
- Contaminação de alimentos por mãos mal lavadas. O processo de cozimento mata os cistos da Giardia, portanto, este modo de transmissão é mais comum com alimentos crus ou contaminados somente após estarem prontos
- Creches e instituições de idosos onde há pouca preocupação com higiene
- Sexo anal
- Contato com fezes de cães e gatos contaminados
- Manuseio de solo contaminado sem a devida limpeza posterior das mãos.
Sintomas da giardíase
A maioria das pessoas contaminadas pela Giardia lamblia não apresentarão sintomas. Naqueles que terão sintomas, os mais comuns são:
- Diarreia, normalmente bem líquida, mas por vezes gordurosa, chamada de esteatorreia (leia: DIARRÉIA | Causas, sinais de gravidade e tratamento)
- Cólicas abdominais
- Mal-estar
- Flatulência (leia: GASES INTESTINAIS: O que é o pum ? O que é o arroto?)
- Náuseas e vômitos
- Emagrecimento
Febre é um sintoma menos comum e ocorre em menos de 15% dos casos.
Os sintomas descritos acima costumam surgir em aproximadamente 1 a 2 semanas após a contaminação com os cistos de Giardia, durando em média por 2 a 4 semanas. Após uma fase aguda, cerca de 2/3 dos pacientes que tiveram sintomas apresentam melhora espontânea. 1/3, porém, desenvolvem a infecção crônica pela Giardia, mantendo-se infectados e sintomáticos por longos períodos. Na giardíase crônica, os sintomas mais comuns são:
- Fezes pastosas
- Esteatorréia (fezes gordurosas e com forte odor)
- Perda de peso importante
- Cansaço
- Depressão
Um dos principais problemas da infecção pela Giardia é a síndrome de má absorção, caracterizada clinicamente pela perda de peso e esteatorreia. O paciente com giardíase apresenta dificuldade em digerir gorduras, carboidratos e vitaminas. Até 40%dos pacientes desenvolvem intolerância a lactose.
Diagnóstico da giardíase
A infecção pela Giardia é normalmente diagnosticada através do exame parasitológico de fezes (leia: VERMES | SINTOMAS e EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES. Como o parasita é eliminado de modo intermitente, a coleta de pelo menos 3 amostras de fezes aumenta a chance de encontrarmos cistos.
Tratamento da giardíase
O tratamento da infecção pela Giardia tem dois objetivos: eliminar os sintomas nos pacientes sintomáticos e interromper a eliminação dos cistos pelas fezes, quebrando a cadeia de transmissão.
O tratamento é feito normalmente com metronidazol por 5 dias. Outra opção é o Albendazol, também por 5 dias.