QUIMICA FARMACÊUTICA, MEDICINAL, TERAPÊUTICA E FARMACOQUÍMICA.

15/03/2011 19:34

             Química Farmacêutica É a disciplina da química responsável principalmente pelo estudo da síntese, estrutura, relação estrutura química e relação atividade biológica, ação terapêutica, metabolismo e reações adversas dos medicamentos;

            Ela é também chamada de Química Terapêutica, Química Medicinal e Farmacoquímica; Preocupa-se com o isolamento, identificação, e caracterização de compostos biologicamente ativos, e também com a síntese e o desenvolvimento destes.
            Química Medicinal é a disciplina baseado na química, também envolvendo

aspectos  biológico, médico e as ciências farmacêuticas.

             Está relacionado à invenção, descoberta, ação, identificação e preparação de combinações biologicamente ativas, a interpretação do modo de interação ao nível molecular, a construção das relações de estrutura-atividade e o estudo do metabolismo.

IUPAC, Seção de Química Medicinal,[Eur. J. Med. Chem., 31, 747 (1996)]

        Difícil determinar seu principio na evolução histórica, mas por volta do ano 3000 a.C. já se faziam estudos precários, como por exemplo, a planta Chang shang usados para o tratamento da malária; ou o uso determinado por plantas pelos Índios brasileiros, a Raiz de ipeca paro o tratamento de disenteria; Incas do Peru usavam casca de quina para combater a febre e malária e folha de coca como estimulante e euforizante; no Século XVI publicam-se as primeiras farmacopéias

1854 – 1915:Paul Ehrlich – descobriu a toxicidade seletiva contra determinados agentes infectantes; Emil Fischer – descreveu a teoria chave-fechadura;

EMPREGO DOS FÁRMACOS

Fornecimento de elementos carentes ao organismo;

Prevenção de doenças ou infecção;

Curativo no combate a uma infecção e ou inflamação;

Bloqueio temporário de uma função normal;

Correção de uma função orgânica desregulada;

Desintoxicação dos organismos;

Auxiliares de diagnóstico.

POR QUE PRECISAMOS DE NOVOS FÁRMACOS?

Combater a resistência dos fármacos;

Aperfeiçoar o tratamento de doenças existentes;

Tratar novas doenças;

Produção de fármacos mais seguros.

ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

Essencial para que uma dose alcance o receptor;

Prazo de Validade;

Estabilidade após a administração;

Deterioração na armazenagem;

Pode ser melhorada:

Preparação de um análogo;

Formação de complexos;

Formação de Pró-fármacos;

Revestimento entérico.

DEFINIÇÕES:
Segundo RDC Nº. 67, de 8 de outubro de 2007

DROGA

Substância ou matéria-prima que tenha finalidade medicamentosa ou sanitária.

MEDICAMENTO

Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico.

É uma forma farmacêutica que contém o fármaco, geralmente em associação com adjuvantes farmacotécnicos.

REMÉDIO

É qualquer substância ou recurso usado para combater uma moléstia;

(re = novamente; mediar = curar);

Substância animal, vegetal, mineral ou sintética; procedimento; fé ou crença; infuência: usados com intenção benéfica;

TÓXICO OU VENENO

Droga ou preparação com drogas que produz efeito farmacológico maléfico.

"Todas as coisas são um veneno e nada existe sem veneno, apenas a dosagem é razão para que uma coisa não seja um veneno"

Paracelso

Placebo

(placeo = agradar);

Tudo que é feito com intenção benéfica para aliviar o sofrimento:

Fármaco/medicamento/droga/remédio;

Noplacebo:

Efeito placebo negativo.

O “medicamento” que piora a saúde;

MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA

Medicamento inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária;

Comercializado no País;

Cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente.

MEDICAMENTO GENÉRICO

É aquele que contém o mesmo princípio ativo (fármaco) que o Medicamento de Referência fabricado no país;

A mesma dose e a mesma fórmula farmacêutica.

É administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica;

Apresenta a mesma segurança;

Pode, por essas razões, ser intercambiável com esse Medicamento de Referência;

(Lei nº- 9.787, 10/2/1999).

Geralmente produzido após a expiração ou renúncia da patente ou de outros direitos de exclusividade;

Comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade.

MEDICAMENTO GENÉRICO

MEDICAMENTO SIMILAR

Apresentam os mesmos princípios ativos, concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica;

É equivalente ao medicamento de referência.

Pode diferenciar no tamanho, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos;

Identificado por nome comercial ou marca.

Teste de Equivalência Farmacêutica

Garante que o medicamento genérico apresenta o mesmo princípio ativo, na mesma quantidade e com as mesmas características ao seu medicamento de referência.

Bioequivalência farmacêutica

É a demonstração de que o medicamento genérico e o referência apresentam a mesma biodisponibilidade no organismo;

Assegura que o medicamento genérico é equivalente terapêutico do medicamento de referência, ou seja, que apresenta a mesma eficácia clínica e a mesma segurança.

Biodisponibilidade

Relaciona-se à quantidade e à velocidade de absorção do princípio ativo do medicamento para a corrente sanguínea;

Quando dois medicamentos apresentam a mesma biodisponibilidade no organismo, sua eficácia clínica é considerada comparável.

Grupo farmacofórico

Grupamento(s) funcional(is) responsável(is) pela atividade biológica de uma substância;

Pode também estar relacionado a um arranjo estrutural pré-determinado;

Pode ser determinado:

Por alterações químicas processadas na molécula original;

Métodos computacionais;

Barbitúricos

Relação estrutura-atividade

Tem que se saber quais os grupos funcionais que são importantes na ligação ao receptor ou à enzima;

Isto envolve um procedimento geral: há que sintetizar a molécula fazendo variar em cada síntese um grupo funcional.

Se a atividade do composto diminuir com a remoção de grupo funcional significa que ele é determinante a sua presença na molécula para a actividade biológica.

FÁRMACO:

Substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade farmacológica.

Específico

Inespecífico

FÁRMACO ESTRUTURALMENTE INESPECÍFICO:

São aqueles que tem pouca atividade de reação;

Agem em grandes doses;

A ação biológica não está subordinada a estrutura química;

Está subordinado às propriedades físico-químicas causadas por eles, responsáveis pela ação;

Como: solubilidade,  pKa, poder oxi-redutor e a capacidade de adsorção.

Ex: gases utilizados em anestesia; alguns sedativos, anti-sépticos e desinfetantes.

FÁRMACO ESTRUTURALMENTE ESPECÍFICO:

São substâncias que agem, interagindo com as estruturas denominadas sítios do organismo;

A ação biológica decorre da estrutura química (relação estrutura-atividade);

Agem em pequenas doses;

Alto grau de seletividade;

Exemplos:

Fármacos que interagem com enzimas;

Fármacos que interagem com proteínas carregadoras ;

Fármacos que interferem com os ácidos nucléicos;

Fármacos que interagem com receptores.

FÁRMACO ESPECÍFICO:

NOMENCLATURA DAS DROGAS

Os medicamentos podem ser identificados por 3 nomes diferentes:

1. Nome químico:

nome científico que descreve com precisão a sua estrutura anatômica e molecular.

2. Nome genérico, oficial ou DCI:

abreviatura do nome químico.

3. Nome comercial / Fantasia :

escolhido pela companhia farmacêutica que vende o produto (devem ser acompanhados pelo símbolo ®).

4. Sigla

Iniciais dos nomes químicos

5. Sinôminos

mais de 01 nome oficial, por atualização de nomenclatura.

FORMA FARMACÊUTICA

Ø  Estado final de apresentação que os princípios ativos farmacêuticos possuem após uma ou mais operações farmacêuticas executadas com ou sem a adição de excipientes apropriados;

Ø  A fim de facilitar a sua utilização e obter o efeito terapêutico desejado;

Ø  Com características apropriadas a uma determinada via de administração.

FORMAS FARMACÊUTICAS:

Sólidas

Semi-Sólidas

Líquidas

Gasosa

FORMA FARMACÊUTICA X FÓRMULA FARMACÊUTICA

Farmacocinética:

Em geral, são todas as modificações que um sistema biológico produz em um princípio ativo.

Estuda as ações de um medicamento à medida que

ele passa pelo organismo através da inter-relação

dos processos;

Operativamente, é o estudo da cinética dos processos de:

*      Absorção;

*      Distribuição;

*      Biotransformação;

*      Excreção dos medicamentos

(princípios ativos e/ou seus metabólicos).

Farmacodinâmica:

São todas as modificações que um princípio ativo produz em um sistema biológico.

Do ponto de vista prático,

é o estudo dos efeitos:

*      Bioquímicos;

*      Fisiológicos;

*      Dos mecanismos de ação.

FONTES DOS FÁRMACOS

    1. Fonte Vegetal
    2. Fonte Marinha
    3. Microorganismos

1. Fontes Vegetais:

Etnofarmacologia:

Triagem de medicamentos caseiros regionais;

Levou a descoberta por exemplo:

dos antimaláricos quinina e o antidepressivo risperidona.

Desvantagem:

Extração;

Purificação;

Avaliação da atividade farmacológica;

Problemas ecológicos.

Exemplo: o taxol (anticâncer) – isolado da casca do teixo do pacífico, levou a destruição em massa da árvore.

2. Fontes Marinhas:

Deve-se ter cuidados para a exploração não ameaçar as fontes marinhas os crustáceos, esponjas, etc.

Exemplo: Avarol (inibidor do vírus da imunodeficiência) extraído da esponja.

3. Microorganismos:

Milhares de compostos foram descobertos a partir desta fonte;

1920 Penicilliun notatum, descobrui-se que inibia culturas de estafilococos, o que levou ao isolamento da penicilina.

Cloranfenicol (antibiótico) – Streptomyces venezuelae

Vantagem:

Facilmente coletados;

Transportados;

Cultivados.

CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS:

1.Estrutura Química

2. Ação Farmacológica

3. Classificação fisiológica

4. Pró – fármacos

1 . Estrutura Química:

Agrupados em função da estrutura dos esqueletos de carbono, ou das classificações, por exemplo, esteróides, penicilinas e peptídeos.

Pelos grupamentos: acetais, ácidos, álcool, amidas, ésteres, etc.

Desvantagem: membros de um mesmo grupo exibem diferentes atividades farmacêuticas.

2 . Ação Farmacológica:

Classificado conforme o comportamento farmacodinâmico.

Exemplo: diuréticos, hipnóticos, vasodilatadores, anti-hipertensivos.

Vantagem: busca de tratamento alternativo.

3 . Classificação fisiológica:

Baseados no sistema corporal sobre o qual os fármacos agem, divididos em:

*      Agentes que atuam no sistema nervoso central;

*      Agentes farmacodinâmicos;

*      Agentes quimioterápicos;

*      Agentes mistos;

4 . Pró–fármacos:

São compostos farmacológicamente inertes,

São convertidos na forma ativa do fármaco no sítio ativo ou próximo a este, por ação enzimática ou química;

Exemplo: levodopa usado para tratar a síndrome de Panrkinson, é um pró-fármaco do neurotransmissor da dopamina.

OBTENÇÃO DOS FÁRMACOS:

A) Síntese

B) Extração

A)  Síntese:

Com a finalidade de produzir compostos com a toxidade mais baixas dos encontrados naturalmente.

Fatores que levam a síntese:

Pureza

Transporte

Econômico

Melhoria da ação

B) Extração:

Purificação dos compostos

Propriedades físico-químicas

Análise dos compostos

Grupos Funcionais

Isolamento e purificação do composto

A partir da natureza ou da síntese;

A facilidade destes procedimentos depende da estrutura do composto, da sua estabilidade e da sua quantidade;

A grande variedade de técnicas cromatográficas facilita este procedimento.

Determinação da estrutura

O uso dos diferentes tipos de RMN, o infravermelho, a espectrometria de massa e cristalografia por raio-X permite chegar até à estrutura inequívoca do composto

GÊNESE DOS FÁRMACOS

  1. Acaso
  2. Triagem Empírica

OBRIGADO PELA SUA VISITA, VOLTE SEMPRE.